domingo, 3 de maio de 2020


Disciplina geografia
Atividade para a turma da 2º série do ensino médio
Matrizes culturais do Brasil
Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.
Leitura e analise de texto para melhor compreensão
No 
século XVIII, a cor da pele foi considerada como um critério fundamental e divisor d água entre as chamada raças [...]
No século XIX, acrescentou-se ao critério outros critérios morfológicos como a forma do nariz, dos lábios, do queixo, do formato do crânio, o ângulo facial etc. para aperfeiçoar a classificação [...]
No século XX, descobriu-se graças ao progresso da genética humana, que havia no sangue critérios químicos mais determinantes para consagrar definitivamente a divisão da humanidade em raças estanques. Grupos de sangue, certas doenças hereditárias e outros fatores na hemoglobina eram encontrados com mais frequência e incidência em alguma raça do que em outras, podendo configurar o que os propósitos geneticistas chamaram de marcadores genéticos. O cruzamentos de todos os critérios possíveis ( o critério da cor da pele, o critério morfológicos e químicos) deu origem a dezenas de raças, sub raças e sub sub raças. As pesquisas comparativas levaram também à conclusão de que os patrimônios genéticos de dois indivíduos pertencentes a uma mesma raça podem ser mais distantes que os pertencentes a raças diferentes; um marcador genético característico de uma raça pode, embora com menos incidência, ser encontrada em outra raça. Assim, um senegalês pode, geneticamente, ser mais próximo de um norueguês e mais distante de um senegalês, da mesma maneira que raros casos anemia falciforme podem ser encontrados na Europa etc. combinando todos esses desencontros com os progressos realizados na própria ciência biológicas ( genética humana, biologia molecular, bioquímica), os estudiosos deste campo de conhecimento chegaram à conclusão de que a razão não é uma realidade biológica, mais sim apenas um conceito, alias cientificamente inoperante, para explicar a diversidade humana e para dividi-la em raças estanques. Ou seja, biológica e cientificamente, as raças não existem.
A invalidade cientifica do conceito de raça não significa que todos os indivíduos ou todas as populações sejam geneticamente semelhantes. Os patrimônios genéticos são diferentes, mas essas diferenças não são suficientes para classifica-las em raças. O maior problema não está nem na classificação como tal, nem na inoperacionalidade cientifica do  conceito de raça. Se os naturalistas dos séculos XVIII-XIX tivessem limitado seus trabalhos somente à classificação dos grupos humanos em função das características físicas, eles nãos teriam certamente causados nenhum problema à humanidade. Suas classificações teriam sido mantidas ou rejeitadas como sempre aconteceu na historia do conhecimento cientifico. Infelizmente, desde o inicio, eles se deram o direito de hierarquizar, isto é, de estabelecer uma escala de valores entre as chamadas raças. O fizeram erigindo uma relação intrínseca entre a biologia ( cor de pele, traços morfológicos) e as qualidades psicológicas, morais,  intelectuais e culturais. Assim, os indivíduos da raça “ branca” foram decretados coletivamente superiores aos das raças “ negra” e “ amarela”, em função de suas características físicas hereditárias, tais como a cor clara da pele, o formato do crânio ( dolicocefalia ), as formas dos lábios, do nariz, do queixo  que segundo pensavam, os tornavam mais bonitos mais inteligentes, mais honestes, mais inventivos e consequentemente mais aptos para dirigir e dominar as outras raças, principalmente a negra, mais escura de todas, e consequentemente considerada como a mais estupida,  mais emocional, menos honestas, menos inteligente e, portanto, a mais sujeita a escravidão e a toda forma de dominação[...]
Podemos observar que o conceito de raça, tal como o empregamos hoje, nada tem de biológico. É um conceito carregado de ideologia, pois como todas as ideologias, elas escondem uma coisa não proclamada: a relação de poder e de dominação [...]

Após a leitura do texto, respondas as questões propostas.
1)    Quais foram os critérios utilizados pelos naturalistas europeus no século XIX para estabelecer o conceito de raça?

2) Considerando-se a genética, é possível dividir a humanidade em raça? Explique a sua resposta.

3)    Por que o autor afirma que o conceito de raça é carregado de ideologia?

4)    Pesquise algumas palavras desconhecida no texto e anote em seu caderno para desenvolver seu aprendizado. Exemplo,morfológico, hemoglobina e inoperacionalidade cientifica são algumas delas.


                                   Mais informações para pesquisa www//ufmg.br/inclusaosocial/p=59>.

                                                                               Bom estudo turma e leiam com muita atenção

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