quarta-feira, 13 de maio de 2020


Modernismo: Primeira fase

    Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, ano em que se comemorava o centenário de independência do Brasil, foi realizada no teatro Municipal, em São Paulo, a semana de ARTE Moderna. Artista de diferentes áreas apresentaram obras que absorviam tendências estéticas influenciadas e pautadas pelos movimentos de vanguardas ocorridos na Europa em anos anteriores e que marcavam uma grande ruptura com as experiências artísticas considerados tradicionais do Brasil.
   Entre os artistas cujas obras foram expostas durante a semana de Arte Moderna, podemos citar Guiomar Novaes e Villa-Lobos na música, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Vicente Rego nas artes plásticas, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Menotti del Picchia, Raul Bopp e Ronald de Carvalho na literatura.
   Esses artistas buscavam criar um modo de compor, pintar esculpir e escrever, rompendo com as concepções realistas e clássicas da arte acadêmica brasileira.

Características do Modernismo

   O movimento modernista buscou a liberdade de expressão, a valorização da identidade, da história e da cultura nacionais e a aproximação das manifestações culturais, políticas e socioeconômicas da época. Esse movimento deixou marcas profundas na cultura brasileira e ainda hoje são realizadas discussões sobre a arte e a literatura produzidas sob influência da semana da Arte Moderna.
   A chamada primeira geração modernista explorou a liberdade de criação, incorporando temas, vocabulário e sintaxe inovadores a literatura nacional. Valorizou a linguagem coloquial, a gíria, o cotidiano. Foi contra as convenções e criticou a sociedade, principalmente a burguesa, na maioria das vezes de forma irônica e bem-humorada. Com relação à incorporação da linguagem coloquial na literatura pelos modernistas, é interessante observar que, no final do século XIX    , Machado de Assis já antecipava esse uso que viria a se tornar uma das marcas modernista. Leia:
Não há dúvida que as línguas se aumentaram e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe segui riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto certos modos se dizer, locuções novas, que a força entra no domínio do estilo e ganham direito de cidade.
   
As gerações modernistas na poesia

   Da chamada primeira geração modernista (1922-1930), são expoente do movimento, na poesia Mário de Andrade. Há, entretanto, outros grupos e autores (como Manuel bandeira) que apresentam diferentes tendências.

    Na segunda geração modernista (1930-1945), destacam-se os poetas Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Vinicius de Moraes, Mário Quintana e Cecilia Meireles.
   Na terceira geração modernista (1945-1962), destaca-se o poeta João Cabral de Melo Neto.
A influência das vanguardas europeias
    Assim como ocorreu nas artes plásticas, a produção literária modernista brasileira também foi influenciada pelas vanguardas europeias.
    Na literatura, a influência do Expressionismo é marcada por:
·         Subjetividade do escritor;
·         Análise minuciosa do subconsciente das personagens e uso de metáforas exageradas ou grotescas;
·         Linguagem, em geral, direta, com frases curtas;
·         Estilo abstrato, simbólico e associativo;
·         Uso, na poesia, de verbos incisivos, neologismos e verbos independentes do posterior e do anterior;

    As características do cubismo que podem ser associadas á literatura são o ilogismo (a falta de logica, o absurdo) e a linguagem caótica para representar a realidade com imagens, multifacetadas, sempre com algum humor.
   O futurismo, por sua vez, propunha um projeto literário mais agressivo, com intuito de fazer o leitor reagir, saindo da zona de conforto. Algumas de suas propostas eram:
·         Acabar com a sintaxe;
·         Valorizar o uso do substantivo e abolir o uso de adjetivos, conjunções;
·         Usar versos livres, brancos sem métrica e sem rima) e linguagem próxima da coloquial;
·         Eliminar a pontuação.


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