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___________________________________________Nº____ Série: 2ºA
A concepção
de felicidade na Ética aristotélica.
A palavra ethos é de
etimologia grega e significa comportamento, ação, atividade. É dela que deriva
a palavra ética. A ética é, portanto, o estudo do comportamento, das ações, das
escolhas e dos valores humanos. Mas no nosso cotidiano ocorre de percebermos
que há uma série de modelos de “éticas” diferentes que postulam modos de vida e
de ação, por vezes excludentes. Qual é o melhor tipo de vida (se é que há um)?
O que é a felicidade? É melhor ser feliz ou fazer o bem ou o que é certo?
Perguntas como essas são feitas em
todas as épocas da história humana. E desde a antiguidade clássica dos gregos,
já havia muitos modelos de respostas para elas. Uma delas é a fornecida pelo
filósofo Aristóteles, famoso por sua Metafísica. Vamos nos aprofundar um
pouquinho mais no que ele tem a nos dizer.
Em seu livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles consagrou a tão
famosa ética do meio-termo. Em meio a um período de efervescência cultural, o
prazer e o estudo se confrontam para disputar o lugar de melhor meio de vida.
No entanto, a sobriedade de nosso filósofo o fez optar por um caminho que
condene ambos os extremos, sendo, pois, os causadores dos excessos e dos
vícios.
A metrética (medida) que usa o estagirita (Aristóteles era chamado
assim por ter nascido em Estagira) procurava o caminho do meio entre vícios e
virtudes, a fim de equilibrar a conduta do homem com o seu desenvolvimento
material e espiritual. Assim, entendido que a especificidade do homem é a de
ser um animal racional, a felicidade só poderia se relacionar com o total
desenvolvimento dessa capacidade. A felicidade é o estado de espírito a que
aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiais como espirituais.
Aristóteles herda o conceito de virtude ou
excelência de seus antecessores, Sócrates e Platão, para os quais um homem deve
ser senhor de si, isto é, ter autocontrole (autarquia). Trata-se do modo de
pensar que promove o homem como senhor e mestre dos seus desejos e não escravos
destes. O homem bom e virtuoso é aquele que alia inteligência e força, que
utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeiçoar seu intelecto. Não é dado às
pessoas simples nem inocentes, tampouco aos bravos, porém tolos. A excelência é
obtida através da repetição do comportamento, isto é, do exercício habitual do
caráter que se forma desde a infância.
Segundo Aristóteles, as qualidades do caráter podem ser dispostas
de modo que identifiquemos os extremos e a justa medida. Por exemplo, entre a
covardia e a audácia está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação está a
amizade; entre a indolência e a ganância está a ambição e etc. É interessante
notar a consciência do filósofo ao elaborar a teoria do meio-termo. Conforme
ele, aquele que for inconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro de
vício. Por exemplo, na política, o liberal é chamado de conservador e radical
por aqueles que são radicais e conservadores. Isso porque os extremistas não
enxergam o meio-termo.
Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em
excesso”, Aristóteles formula a ética da virtude baseada na busca pela
felicidade, mas felicidade humana, feita de bens materiais, riquezas que ajudam
o homem a se desenvolver e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais,
como a ação (política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).
QUESTÕES :
1- O que é Ética ?
2- Podemos destacar três âmbitos de
investigação do comportamento moral , quais são esses comportamentos ?
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