Filosofia da
religião
2°serie EM 2°bimestre
Podemos
entender a religião, de uma forma ampla, como um sistema de crenças e as
práticas a elas referentes. Em quase todas as culturas há pelo menos uma
expressão que possamos chamar de religiosa. Essas expressões diferem entre si,
quanto à origem e conceitos principais, mas costumam partir da tentativa do
homem de encontrar respostas a problemas para os quais a razão humana não seria
suficiente. Uma pergunta bastante inquietante e que ainda não podemos responder
precisamente por meio da ciência é a respeito da vida após a morte.
As
religiões espiritualistas, ou seja, que acreditam na existência de um corpo
mortal e de uma alma imortal, podem enfrentar esse problema criando teorias
baseadas em algum livro que se considera escrito a partir de uma revelação de
Deus, como o Alcorão para os muçulmanos, o Bhagavad Gita para os hindus e a
Bíblia para os cristãos, por exemplo, ou por meio da transmissão oral de
revelações individuais feitas a alguém que se considera capaz de se comunicar com
o plano sagrado, como são os profetas, médiuns e babalorixás.
Ou seja,
na esfera da religião, não se necessita de uma demonstração racional para
aquilo que se professa como verdade, mas a fé não é necessariamente oposta à
razão. O termo “filosofia da religião”, que aparece a partir do século XIX, é a
parte da filosofia que se ocupa de examinar racionalmente as explicações
religiosas. A existência ou não de Deus foi uma questão que movimentou o
pensamento de muitos filósofos desde a Antiguidade, como Tomás de Aquino,
Agostinho de Hipona e Nicolau de Cusa.
Contexto histórico:
O
cenário histórico que serve de pano de fundo para a discussão desses pensadores
é o desenvolvimento e ascensão do Cristianismo e grande influência da Igreja
Católica como instituição social. Se o Império Romano se esfacelava, a Igreja
acumulou grande riqueza material. Se o Império Romano sofria ataques de povos
bárbaros, a Igreja desempenhava o papel de conciliadora entre a nobreza feudal.
A fé
cristã, segundo a doutrina da Igreja Católica, era a verdade mais elevada.
Qualquer ato que discordasse do postulado pela Igreja era considerado uma
heresia. Todas as investigações filosóficas e científicas tinham que partir do
pressuposto de que a verdade já havia sido revelada pelo próprio Deus. A única
tarefa possível à ciência e à filosofia era a comprovação racional da fé.
Muitos pensadores cristãos investiram nesse trabalho e tentaram, a partir da
filosofia grega ou contra ela, convencer os descrentes.
Entre esses pensadores, podemos incluir os “padres
apologistas”, ou seja, aqueles padres que mostravam a superioridade da fé
cristã em relação ao paganismo ou politeísmo. Esses padres, como Orígenes,
Justino e Tertuliano, rejeitavam o recurso às filosofias
gregas. Importante lembrar que, nessa época, as obras de Platão e Aristóteles
estavam desaparecidas e o conhecimento que se tinha delas passava pelo prisma
dos filósofos estoicos e neoplatônicos e, por isso, apresentavam elementos
místicos ou comportamentos que a Igreja considerava “imorais”.
Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
No entanto, as obras de maior destaque são as de Santo
Agostinho, que pertencia à Patrística, e as de Santo
Tomás de Aquino, que pertencia à Escolástica. A Patrística é o
nome que se dá ao conjunto das produções intelectuais a respeito da revelação
cristã, a maior parte delas de autoria de padres que perceberam a necessidade
de argumentação racional para consolidar os preceitos cristãos entre as
autoridades e o povo. Santo Agostinho, seu principal expoente, estabelece que a
principal diferença entre a fé e a razão é que, pela fé, conseguimos
compreender coisas inalcançáveis por meio da razão. Mas isso não torna fé e
razão contraditórias: para o filósofo, a fé revela verdades de forma intuitiva,
verdades que são confirmadas pelo exercício racional. A alma humana só poderia
conhecer a verdade das coisas se iluminada por Deus.
Questões:
1-O que é escolástica?
2-Disserte em 5
linhas sobre a religião cristã.
3- Quem foi Santo Agostinho?
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